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Escola de Ensino Médio Integral vence prêmio internacional de educação 

Projeto de cuidado com a saúde mental da comunidade escolar em Carnaubal, no CE, recebeu destaque 

O pátio da escola Joaquim Bastos Gonçalves estava cheio. Alunos, professores, pais, mães, profissionais da escola e gestores se apertaram, no fim de outubro, na frente da tela que mostrava uma sala do zoom. Era a janela para outra paisagem, em outra parte do mundo: uma cerimônia internacional que premiaria as melhores escolas do mundo. Quando veio o anúncio do primeiro lugar foi tipo final de campeonato. 

A comunidade de Carnaubal, no Ceará, festejou com entusiasmo a escolha da escola no World’s Best School Prizes (Prêmio Melhores Escolas do Mundo).

“Fora os pais que estavam conosco na hora, a comunidade toda acompanhou”, lembra o diretor, Helton Souza Brito. “A animação foi total. A alegria e o orgulho de fazer parte não só do atual grupo matriculado, mas dos antigos – todos aqueles alunos que já passaram por aqui. A escola tem 57 anos e a nossa cidade é relativamente nova, então todas as famílias têm alguém que passou pelo Joaquim Bastos. Todo mundo tem um carinho enorme pela escola, foi uma explosão de sentimentos e declarações.” 

O colégio de Ensino Médio Integral, política apoiada pelo Instituto Natura que tem parceria com o estado, foi selecionado como finalista da premiação pelo projeto “Adote um Estudante”, que tem o objetivo de ampliar a conscientização sobre a importância da saúde mental e o acesso da comunidade escolar aos cuidados com a saúde mental, a partir de uma parceria com psicólogos voluntários que fazem atendimentos virtuais.  

A iniciativa veio do professor de educação física Guilherme Barroso, que notou o aumento dos relatos de ansiedade durante a pandemia e propôs a ideia para acolher alunos que traziam queixas. “Eles costumam se abrir com a gente, dizer dos problemas que estão enfrentando em casa. Tudo isso gera ansiedade,” conta o professor. Em 18 meses, o projeto conseguiu reduzir em 67% o número de estudantes que precisam de apoio social e emocional, com encaminhamento de parte deles a psiquiatras. 

Para o diretor da escola, o prêmio é um incentivo à manutenção do projeto. “É uma senhora alavanca, porque tem a premiação financeira, que ajuda na infraestrutura, a melhorar as salas e o que for preciso. Mas não só isso, porque impulsiona a visibilidade do projeto”, comemora Helton.

“Isso também traz mais abertura para o projeto, traz até incentivos à matrícula dos alunos, que se sentem convidados a estar na escola. São muitos os fatores positivos deste prêmio. Foi algo excepcional, a ficha vai caindo aos poucos.” 

O World’s Best School Prizes tem cinco categorias: ação ambiental; inovação; superação de adversidades; colaboração comunitária e apoiando vidas saudáveis. Os vencedores, escolhidos por um júri entre concorrentes de 108 países, ganharam US$ 50 mil (cerca de R$ 250 mil). 

O prêmio, criado pela T4 Education com apoio da Fundação Lemann, tem o objetivo de celebrar e impulsionar boas práticas que transformam a vida dos estudantes e fazem diferença nas comunidades. Helton Souza Brito espera aproveitar a visibilidade dada ao projeto pela premiação para levar outras ideias para a comunidade escolar e realizar outros sonhos.

“Claro que estamos pensando na continuidade do Adote um Estudante, mas também refletindo sobre outros projetos que também podem ser enraizados na comunidade com o objetivo de ajudar as pessoas.” 

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