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Bolsa para estudantes do Ensino Médio reduz a evasão escolar

Curso qualificou gestores públicos com evidências sobre as melhores práticas para garantir permanência de alunos 

Oferecer treinamento e qualificação a gestores públicos e apresentar evidências sobre as melhores práticas de programas de bolsas de estudo para combater a evasão escolar nos anos finais de formação. Esse foi o objetivo de um curso oferecido no fim de junho pelo Centro de Evidência de Educação Integral do Insper – cátedra em parceria com o Instituto Natura e o Instituto Sonho Grande – e pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). 

Servidores de 24 estados (de secretarias de educação ou outras pastas alinhadas ao tema) e representantes do Ministério da Educação (MEC) estiveram em São Paulo como participantes da oficina, que mostrou experiências nacionais e internacionais de bolsas como incentivo para garantir a permanência dos estudantes no Ensino Médio. 

Só 60% dos alunos completam o ciclo escolar até os 24 anos hoje no Brasil. A média camufla a desigualdade social por trás desse número, que entre os estudantes ricos é de 90%. Oferecer incentivo financeiro para que os alunos permaneçam na escola durante o ensino médio pode reduzir em média sete pontos percentuais essa evasão. Um estudo do Insper em parceria com o iN e o Sonho Grande estima em 230 mil o número de potenciais beneficiados por um programa de bolsas do tipo. 

A bolsa é um mecanismo aplicado com contrapartidas e monitoramento: um aluno pode perder o apoio financeiro em caso de excesso de faltas, por exemplo. O acompanhamento próximo é apontado no estudo como uma estratégia também de aprimorar a qualidade da educação. 

A pesquisa levou à criação de um simulador apresentado no curso. A ferramenta permite estabelecer uma relação entre o valor de bolsa recebido e o percentual de abandono da escola – ou seja, ajuda a fazer a conta de quanto um estado precisa investir para conter a evasão registrada localmente. O simulador permite diferenciar recortes de raça, gênero, renda e outros indicadores sociais, além de possibilitar a análise separada entre o Ensino Médio Integral e o regular. A diferenciação é fundamental para entender particularidades de contextos socioeconômicos e raciais que influenciam nos indicadores educacionais. 

Além de testarem a ferramenta, os participantes da oficina trocaram experiências e compartilharam reflexões sobre caminhos para manter estudantes na escola até o fim da educação básica. O intercâmbio de informações e práticas já em curso ajudou a concretizar um dos objetivos da oficina: mostrar como um mesmo programa de bolsas pode ter resultados variados em cada estado, enfatizando a importância de incluir contexto local no planejamento da política pública. 

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