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Primeiro encontro da iniciativa dos Estudantes Porta-Vozes do Ensino Médio Integral marca meta de reforçar protagonismo juvenil em 2023

Estudantes, gestores e representantes da Educação em 18 Estados se encontram para trocar experiências e desafios do EMI no Brasil 

Começou com música e poesia em uma sala cheia. O primeiro encontro de 2023 da iniciativa dos Estudantes Porta-Vozes do Ensino Médio Integral reuniu mais de 70 pessoas e foi aberto com uma sessão de acolhimento das mais de 20 equipes estaduais de educação parceiras do Instituto Natura. A apresentação de voz e violão do Gabriel Daniel da Silva, estudante do EMI da rede pública do Acre, arrancou palmas e deu um pontapé caloroso nos trabalhos de atores que buscam caminhos para uma escola integral que faça cada vez mais sentido para o jovem potencializando seu protagonismo. 

A iniciativa reúne jovens escolhidos como representantes dos alunos em estados que implementaram o Ensino Médio Integral. Eles são os porta-vozes de seus estados e serão capacitados para liderar ações de protagonismos junto as equipes técnicas responsáveis pelo acompanhamento das escolas de ensino médio integral. As ações protagonistas promovem uma interlocução direta dos jovens com a escola e com os gestores para que o olhar, as sugestões e as necessidades dos estudantes sejam consideradas nas soluções do dia a dia da escola, promovendo maior autonomia aos estudantes e um ensaio para sua formação cidadã colaborativa na sociedade. 

O projeto nasceu em 2021, no meio da pandemia, como uma forma de aproximar o diálogo com os jovens do Ensino Médio Integral e entender o que os movia e o que os afetava. Nos encontros, estudantes escolhidos como representantes de alunos daquele estado podiam levar demandas e contribuir com ideias, colocando em prática a premissa de protagonismo que é um dos pilares do modelo integral. As reuniões dos estudantes porta-vozes evidenciaram o potencial de os próprios jovens serem replicadores e engajadores das ações do Ensino Médio Integral, atraindo cada vez mais estudantes para as escolas e mantendo aqueles que já estavam matriculados. 

No primeiro ano da iniciativa, foram feitos oito encontros, nos quais foram discutidos temas como os desafios do ensino remoto – naquele momento, aspecto central -, o bem-estar dos alunos, diversidade e inclusão, e outros assuntos presentes na comunidade escolar. Em 2022, o número de reuniões se repetiu. E neste ano serão seis encontros, a serem realizados até novembro, com a participação de 18 estados, cada um representado por três estudantes porta-vozes. Gestores de escolas e das secretarias de educação também participam no objetivo de construir uma rede de corresponsabilidade para o sucesso e transbordamento das formações para todas as escolas do estado. 

Porta-voz do estado de Goiás em 2021, Gabriel Cardoso hoje cursa história na Universidade Federal do estado. Ainda que já tenha concluído o Ensino Médio, ele continua de olho nos trabalhos feitos no ensino integral, modelo que abriu portas para ele. Gabriel diz que o ensino integral foi fundamental na formação dele, tanto humana quanto acadêmica, ao proporcionar experiências dentro e fora de sala de aula.

“Foi de suma importância pra mim. Desde as aulas acerca dos componentes curriculares que me trouxeram muito conhecimento, até as formações pedagógicas, em que destaco minha participação no projeto Estudantes Porta-Vozes do EMI do Instituto Natura, que também me propiciou uma integração com um mundo até então desconhecido para mim”, diz o jovem. “Definitivamente, o Ensino Médio Integral foi um degrau que me permitiu estar dentro de uma universidade federal. Se fosse possível defini-lo em uma só palavra, seria edificante”. 

O planejamento de 2023 reforça a proposta de participação dos jovens. A organização dos encontros foi pensada para que os estudantes possam desenvolver ações que alimentem o protagonismo dentro e fora da escola pública, fomentando a autonomia considerada fundamental para os planos de futuro. No encontro de maio, as equipes EMI estaduais e os gestores das escolas dos porta-vozes 2023 compartilharam parte das ações que já estão sendo implementadas: a criação de conselhos deliberativos, a organização de um ou mais dias para incentivar as matrículas no ensino integral, a formação de espaços institucionais em secretarias de educação para focar no protagonismo do estudante, comunidades virtuais para discussões de temas diversos, feiras de ciências, shows de talentos, entre outras propostas adequadas à realidade de cada estado e cada escola. 

As dinâmicas com os porta-vozes evidenciam como são os jovens os agentes de transformação da escola e da sociedade. O resto da comunidade escolar é mediador desse processo, mas são eles que guiam as mudanças. A estudante Yasmin Silva dos Santos, uma das estudantes escolhidas para representar o estado da Paraíba em 2023, vê nesse trabalho uma forma de permitir que cada aluno veja o potencial da mudança que carrega em si.

“Não vejo a hora de mostrar para todas as pessoas do meu estado e do resto do Brasil que a gente pode estar onde quiser”, deseja a jovem. “Somos protagonistas das nossas histórias e só a gente mesmo é capaz de ir atrás do nosso projeto de vida. Somos importantes para melhorar o futuro do país e tenho certeza podemos mudar cenários que precisam ser melhorados.”  

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