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Estudante do Ensino Médio Integral é escolhido para evento da ONU nos Estados Unidos 

Aluno de Sergipe foi selecionado para participar de simulações de reuniões da organização nas universidades Harvard e Yale 

“A educação transformou a minha vida.” É o que diz a mensagem em letras pretas no cartaz que o estudante Rafael Souza Gama carrega em uma foto que ele exibe com gosto. Na imagem, ele mostra os dizeres em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, um dos lugares em que as decisões sobre o futuro da educação brasileira são tomadas.

“Eu sempre digo isso, que a educação transformou a minha vida”, conta Rafael. “E ela transformou de tal forma que hoje me considero um ativista pela educação.” 

Rafael, de 17 anos, acabou de concluir o Ensino Médio Integral em Aracaju, Sergipe, e foi selecionado para participar de duas simulações das reuniões da Organização das Nações Unida (ONU) – a Harvard Model United Nations (HMUN) e a Yale Model United Nations, em duas universidades de referência dos Estados Unidos. 

As atividades vão de 18 a 28 de janeiro. A primeira escala é no estado americano de Connecticut, onde fica a Universidade Yale. Depois, ele segue para Massachusetts, estado que abriga a Universidade Harvard.

“Estou muito animado para entender um pouco da política global na prática e falando inglês”, conta Rafael. “É uma oportunidade de entender melhor a realidade de pessoas que vivem os contextos que eu estudo na teoria aqui no Brasil. Vou encontrar pessoas que vêm da Índia, da Alemanha e de diversos outros países. Estou muito esperançoso de que vai ser uma ótima oportunidade para que eu possa crescer em conhecimento.” 

As simulações são debates de estudantes sobre questões e conflitos mundiais com o objetivo de ensinar como funciona a ONU e ampliar o olhar para as relações internacionais. Alunos de várias partes do mundo apresentam argumentos sobre um tema global em busca de soluções. O processo seletivo para participar da atividade incluiu diferentes etapas, como provas e produção de vídeos. O objetivo era analisar os principais objetivos dos candidatos nas simulações das Nações Unidas. 

Para Rafael Gama, a experiência vai ser uma etapa para um trabalho que ele quer fazer no futuro.

“Eu quero poder falar, sim, em ambientes diplomáticos e outros fóruns do tipo, inclusive porque esse tipo de atividade não transforma só uma pessoa, mas todo o contexto em que ela vive”, conta. “Mas meu principal objetivo é chegar na ponta, entender o que as pessoas precisam para que eu possa contribuir.” 

O sonho dele é cursar medicina – ele está se preparando para prestar o vestibular – e o objetivo é trabalhar em organizações internacionais que levem atendimento e assistência de saúde a comunidades que precisam.

“Eu tenho isso como meta de vida, além de levar informações sobre a educação e conscientizar as pessoas sobre a importância dela. A educação é um dos pilares da minha caminhada e quero ajudar o máximo de pessoas que eu puder.” 

O estudante diz ter entendido na prática o que é precisar de uma educação de qualidade e alcançá-la. E conta que, por isso, gostaria que essa chance se estendesse a todas as pessoas.

“A educação me transformou em um cidadão ativo, me mostrou como de fato eu posso impactar o mundo. A educação permitiu que eu não seja um número nas taxas de criminalidade, tendo em vista meu CEP, que é periférico. Hoje consigo dizer que posso fazer grandes coisas e meu CEP não predestina onde eu devo estar e quais voos posso alçar. A educação tem esse papel na minha vida e luto para que seja assim com outras pessoas.” 

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