Seminário no RS reúne especialistas, educadores e instituições para debater caminhos para a equidade étnico-racial
Construir um ambiente de equidade e de valorização de conhecimentos diversos. O evento “Caminhos para uma Educação Antirracista”, promovido pela Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul, teve o objetivo de promover soluções para a desigualdade étnico–racial que atravessa os desafios educacionais do país.
O encontro, realizado em Porto Alegre, reuniu 220 educadores, especialistas e instituições do setor para estabelecer diálogos sobre equidade racial na educação básica. Um dos objetivos foi promover soluções embasadas em evidências, compartilhadas entre os participantes –equipes de diferentes regiões do estado.
“O primeiro dia de encontro já foi muito simbólico e potente”, conta a analista de projetos sênior do Instituto Natura, Glória Almeida, que participou do evento. “Havia representantes de todas as esferas falando da importância do desenho de uma política de educação antirracista que vai guiar as diretrizes no triênio 2023-2026.”
Em painéis, os convidados apresentaram boas práticas e propuseram reflexões que possam contribuir para o rompimento do ciclo de desigualdades que hoje coloca estudantes negros, indígenas e quilombolas ainda em posições mais desafiadoras nas estatísticas.
“O conteúdo foi muito pertinente, porque trouxe um panorama do que é a política de educação antirracista, com espaço para o intercâmbio de boas práticas e apresentações dos estudantes, que trouxeram histórias contadas sob uma perspectiva negra”, diz Glória Almeida.
Uma das iniciativas apresentadas no seminário foi o programa de educação antirracista lançado no ano passado pelo governo gaúcho. O projeto tem a proposta de ampliar o debate em torno da pauta antirracista e levar esta agenda também para as escolas, por meio da valorização das histórias e das culturas afrobrasileira e indígenas. Ampliar o acesso ao conhecimento destes grupos e fazê-lo transversal no currículo escolar é um meio para alcançar o letramento racial de toda a comunidade escolar.
“O que a gente quer é ouvir todo mundo para fazer um programa de educação antirracista que faça sentido na rede e que faça sentido para todos os nossos estudantes”, disse a diretora de educação continuada da Secretaria de Educação, Naomy Oliveira.