Publicação especial celebra as conquistas da implementação do Ensino Médio Integral

Revista Exame EMI foi lançada em evento que evidencia ganhos do modelo pedagógico e discute desafios
Wellington da Silva Soares costuma dizer que a escola foi a segunda casa dele. “Às vezes, eu brincava com a diretora dizendo que levaria a minha cama para lá e ficaria de vez por ali”, conta. O motivo é o acolhimento que ele encontrou no ambiente educacional: “Eles me acolheram de uma forma que eu tenho certeza de que uma escola que não fosse integral não conseguiria. Eu sentia que havia foco em mim e isso foi muito importante para me fazer chegar aonde eu cheguei”. Ele considera que a abordagem sensível da escola e dos professores foi fundamental para o seu autodesenvolvimento e para a ampliação de horizontes.
Hoje com 23 anos, Wellington cursou o Ensino Médio Integral (EMI) na Escola Jovem José Ribamar Batista (Ejorb), em Rio Branco, no Acre. Agora que é professor, ele se vê diante do desafio de conquistar o interesse e o engajamento dos estudantes, sobretudo por ser professor de matemática, uma disciplina que ele diz que muitos não gostam já de partida. A experiência como educador ampliou ainda mais o valor que ele atribui ao modelo integral. “A preparação dos professores para a escola integral inclui um processo de formação contínua que aborda o desenvolvimento socioemocional dos estudantes e dos próprios educadores. No meu caso, vejo esse processo como um ciclo completo. Aprendi de um lado e agora me preparo de outro”, avalia Soares.
A história de Wellington, assim como a de outras pessoas que tiveram a vida impactada positivamente pela experiência do Ensino Médio Integral está na revista Exame EMI, lançada no dia 26 de novembro, no “Educação Integral, Impacto Real”. O evento, que acontecerá em São Paulo, é organizado por Instituto Natura (iN), Instituto de Corresponsabilidade Pela Educação (ICE) e Instituto Sonho Grande (ISG) e reunirá autoridades, especialistas e alunos egressos para celebrar as conquistas da implementação do Ensino Médio Integral no país, reforçar o compromisso com esse modelo pedagógico e tratar dos desafios para a manutenção e a continuidade nos próximos anos.
O Ensino Médio Integral é uma proposta pedagógica que vai muito além da ampliação do tempo na escola – visa a formação integral dos estudantes, desenvolvendo suas competências cognitivas e socioemocionais, estimulando o protagonismo juvenil e o projeto de vida de cada um. A proposta é preparar os jovens para a vida em sociedade, para a trajetória acadêmica e para o mundo do trabalho, exercendo plenamente a cidadania.
De acordo com levantamento do Instituto Sonho Grande, com base em dados do Censo Escolar 2024, o número de alunos matriculados no Ensino Médio Integral vem crescendo no Brasil e chegou a 21,7% das matrículas e 35,3% das escolas em todo o País. O levantamento também indicou um crescimento nas matrículas entre 2019 e 2024. Pernambuco, berço dessa política pública, lidera o ranking dos estados com maior percentual de alunos matriculados no EMI, com 71%.
Uma análise feita pelo Instituto Sonho Grande a partir dos dados do Enem 2024 aponta que escolas estaduais com oferta de Ensino Médio Integral tiveram, no desempenho geral, médias mais altas que as escolas de tempo parcial. Os impactos positivos aparecem em diferentes áreas: redução de evasão escolar, redução de índices de violência, redução de desigualdade racial, aumento do acesso ao mercado de trabalho e até aumento dos indicadores de saúde nutricional. As evidências apontam para uma polícia pública com potencial efetivo de transformar realidades e vidas.
Além de dados sobre o alcance e os impactos do Ensino Médio Integral, com especificidades sobre os estados que adotam a proposta pedagógica, na revista Exame EMI estão as histórias de alunos, professores, gestores e lideranças políticas que fizeram a escolha por esse modelo. O panorama abrangente que a publicação especial traz desenha como Ensino Médio Integral tem sido uma política pública bem sucedida.







