Podcast: há mais razões para otimismo ou pessimismo com a educação brasileira?

Episódio discute se avanços recentes em indicadores melhoram perspectivas de resultados educacionais
Um sistema educacional gigante: o Brasil tem quase 50 milhões de alunos na Educação Básica, 80% deles matriculados na rede pública. É um desafio e tanto garantir qualidade para todas as etapas, para todas as regiões, para todos os estudantes.
Os indicadores de desempenho mostram que há melhoras nos anos recentes, mas que o país ainda não retomou os níveis de aprendizagem pré-pandemia e não atingiu as metas traçadas para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.
A pesquisa Global Education Monitor 2024 –um levantamento feito pelo Instituto Ipsos que mede as percepções sobre educação em vários países– mostrou que só 26% dos brasileiros avaliam o sistema educacional do país como bom. E quase metade das pessoas, 47%, considera a educação brasileira ruim. Na percepção das pessoas, há três problemas principais: elas veem o acesso à educação ainda com falhas, o financiamento público à educação ainda insuficiente e a infraestrutura das escolas ainda como inadequadas. Ainda que essas sejam percepções, dão pistas de desafios reais.
Por outro lado, o Brasil tem reduzido aos poucos os índices de evasão escolar, tem melhorado ano a ano os índices de alfabetização e tem evoluído em indicadores de qualidade de ensino nacionais e internacionais.
Em um cenário em que há, na média, resultados cada vez melhores, mas ainda insuficientes e fora das metas, este episódio tenta responder a uma pergunta: há mais motivos para estarmos otimistas ou pessimistas com os rumos da educação brasileira? O diretor-presidente do Instituto Natura, David Saad, recebe como convidada a presidente do Instituto Salto, Claudia Costin.
Para a professora, que pesquisa a educação brasileira há décadas, houve melhoras na educação brasileira na última década, sobretudo no Ensino Fundamental. “Houve melhoras na aprendizagem, conforme medido pelo Saeb. Nos anos iniciais, desde que temos a mensuração (tirando 2021, ainda durante a pandemia), tivemos avanços. No 9º ano, também avançamos: nas cinco edições pré-pandemia, houve avanços – talvez fruto da decisão da política pública de colocar um ano a mais no Ensino Fundamental”, avalia.
Claudia Costin pontua, no entanto, que as perdas da pandemia representaram um atraso significativo nesta trajetória de conquistas. “As desigualdades educacionais cresceram muito [neste período]. Nós temos que discutir estratégias de recomposição de aprendizagem”, enfatiza. “Eu sonho com uma escola em que todos aprendam – não porque eu vou baixar a régua ou esperar pouco dos alunos, mas porque vou subir a régua e construir o princípio da equidade, dando suporte adicional a quem precisa”.
O Podcast do Instituto Natura é uma produção do Estúdio Guarda-Chuva para o instituto e tem episódios quinzenais, publicados às segundas-feiras.
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