Podcast analisa a expansão do Ensino Médio Integral no Brasil

Episódio olha para causas e consequências do fortalecimento da política educacional
O Ensino Médio Integral é uma política pública que está crescendo no Brasil – segundo o Censo Escolar de 2024, já há 7.153 escolas do país que adotam o modelo, alcançando 1,3 milhão de estudantes.
Mais de 20 estados brasileiros apostam no Ensino Médio Integral e têm o apoio do Instituto Natura e do Instituto Sonho Grande e, em vários deles, também do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação, para expandi-lo e fortalecê-lo. As organizações do terceiro setor entram, nesse caso, como parceiras técnicas, estratégicas e pedagógicas.
Não à toa essa política tem se capilarizado: ampliar o acesso ao mercado de trabalho, à universidade e a cursos técnicos, contribuir para o aumento da renda, ter notas mais altas e resultados melhores no Enem, reduzir os casos de gravidez na adolescência e de subnutrição e até reduzir índices de homicídio estão entre as inúmeras evidências já constatadas sobre os impactos positivos do Ensino Médio Integral.
Isso para além dos efeitos na educação em si: em 2023, as escolas de Ensino Médio Integral performaram melhor no SAEB. A prova mostrou que os estudantes dessas escolas aprendem mais em matemática e língua portuguesa e o efeito chega ser de um ano a mais de aprendizado em matemática quando comparados aos estudantes de escolas parciais.
Neste episódio, o diretor presidente do Instituto Natura, David Saad, conversa com a diretora-executiva do Instituto Sonho Grande, Ana Paula Pereira, sobre a expansão e o fortalecimento do Ensino Médio Integral no Brasil, olhando para causas e consequências desse movimento.
“Nas políticas públicas, existe sempre um receio de garantir que o maior número de pessoas possa ser impactado. E o desenho do Ensino Médio Integral que a gente tem hoje já foi pensado com a preocupação de não criar ilhas de excelência, mas de fazer um modelo de escola que pudesse ser replicado e expandido”, explica Ana Paula Pereira.
A diretora-executiva do Instituto Sonho Grande destaca o papel dos governadores como central no sucesso dessa política pública. “Os casos mais impressionantes de velocidade e qualidade dessa política pública do ponto de vista da implementação vem de governadores preocupados com a educação, que colocam essa política como prioridade”, destaca. “O papel do governador é importante para dar o tom do que é prioridade no estado e para apoiar as secretarias de educação nos desafios que vêm com a implementação”.
O trabalho estadual, no entanto, não deve andar sozinho e se beneficia muito quando a União atua de forma alinhada, de acordo com Ana Paula. “A gente tem visto incentivos federais com importância em diversas razões: a primeira delas é que a União incentivando, criando programas para estimular a expansão da educação integral, acaba posicionado o integral perante os outros entes como prioridade nacional e isso dá tração para a política pública. Esse incentivo federal também acaba viabilizando a implementação da política em redes muito diferentes, dá mais igualdade de oportunidades entre as regiões”, afirma. “Isso além de aumentar a capilaridade da política pública e de dar estabilidade para essa política. Quando o governo federal transforma isso em política de Estado, o programa que tem resultados tão positivos acaba tendo menos risco de ser descontinuado”.O Podcast do Instituto Natura é uma produção do Estúdio Guarda-Chuva para o instituto e tem episódios quinzenais, publicados às segundas-feiras.