Orgulho com propósito: visibilidade e direitos das mulheres LBTQIA+


O Instituto Natura destaca a necessidade de equidade no acesso à saúde e direitos para mulheres LBTQIA+, abordando os desafios estruturais e a importância de políticas públicas inclusivas para garantir dignidade e visibilidade.

O Dia do Orgulho LGBTQIA+ (28 de junho) é uma data para celebrar conquistas, mas também para expor desigualdades que ainda marcam profundamente o acesso à cidadania. Mulheres transexuais, lésbicas, bissexuais e pessoas não-binárias enfrentam barreiras estruturais em serviços de saúde e justiça. Segundo pesquisas, muitas deixam de buscar atendimento por medo de discriminação, o que reforça a urgência de políticas públicas que reconheçam suas especificidades e garantam acolhimento e dignidade.

Um impacto prático desse cenário foi demonstrado em estudo recente publicado pela American Cancer Society, que indica que mulheres LBTQIA+ têm cerca de 9% menos probabilidade de estarem com a mamografia em dia, em parte devido a obstáculos como estigma, falta de recomendação médica e medo do preconceito. É importante reforçar que existem protocolos direcionados para exames e atendimento a esse grupo de mulheres que devem ser considerados, levando em conta tratamentos hormonais, mamoplastia, entre outras especificidades.   

Não são raros os relatos de pessoas da comunidade LGBTQIA+ quando falamos de gestão em saúde de uma forma geral. Isso não é diferente quando falamos de saúde das mamas, pois são muitas barreiras encontradas e, por vezes, discriminação e desconhecimento quando buscam atendimento de saúde. Mudar essa realidade é uma responsabilidade coletiva: não apenas de quem busca atendimento, mas também dos agentes de saúde, que devem ser capacitados sob uma perspectiva de gênero para oferecer cuidados de maneira inclusiva e respeitosa. A saúde é um direito universal e nenhuma pessoa deve se sentir excluída,” alerta Mariana Lorencinho, líder da causa de Cuidados com a Saúde das Mamas do Instituto Natura.

Para contribuir com o acesso inclusivo a informações e direitos sobre o câncer de mama, o Instituto Natura apoia o Ligue Câncer, canal criado pelo Instituto Oncoguia que oferece um serviço gratuito de atendimento por telefone, com informações de qualidade para pacientes com câncer, familiares, cuidadores e profissionais da saúde de todo o Brasil, por meio do número 0800 773 1666

Interseccionalidade em foco

A interseção entre identidade de gênero, orientação sexual e outros fatores, como raça e idade, amplia vulnerabilidades. O Mapa Nacional da Violência de Gênero — parceria entre Senado Federal, Instituto Natura e Gênero e Número — inclui recortes que permitem monitorar casos contra mulheres LBTQIA+ e subsidiar políticas públicas mais inclusivas. “Por trás dos dados, da tecnologia e das ferramentas digitais, estão histórias que importam: direitos violados, vidas perdidas, mortes que poderiam ter sido evitadas, como o feminicídio. O Mapa Nacional da Violência de Gênero reforça a urgência de recortes que tragam à luz violências sistematicamente apagadas, como as que atingem mulheres lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, cujas mortes, tantas vezes, não são reconhecidas em suas especificidades e motivações de gênero. Sem informações de qualidade sobre essa parcela da população, não é possível compreender, em sua totalidade, a dimensão da violência de gênero no Brasil”, afirma Beatriz Accioly, líder de Políticas Públicas para o Fim da Violência contra as Mulheres do Instituto Natura. 

Ela também reforça a importância de garantir acolhimento sensível e livre de preconceitos para que todas as mulheres LBTQIA+ tenham acesso efetivo a direitos e proteções, com ferramentas como a Ângela, assistente virtual do Instituto Natura que apoia mulheres em situação de violência doméstica por meio de orientações e encaminhamentos pelo WhatsApp (11) 94494-2415, incluindo direcionamento para atendimento humano quando necessário.

Saiba mais sobre as ações do Instituto Natura pela defesa dos direitos e da saúde de todas as mulheres em https://www.institutonatura.org/direitos-e-saude-das-mulheres/.

Câncer de Mama, Dia do Orgulho LBGTQIA+, Fim da Violência contra as Mulheres

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