A alfabetização na idade certa é um direito das crianças, com impacto direto no futuro delas. A América Latina é uma das regiões com maior desigualdade educacional e
pobreza de aprendizagem no mundo e transformar esta realidade social é urgente. O
Encontro Regional pela Alfabetização, realizado na Argentina, reuniu equipes para
compartilhar esforços de mudança na realidade da alfabetização em Argentina, Brasil,
Chile, Colômbia, México e Peru.

Foram seis dias de encontro, com a participação de mais de 50 pessoas de 20 organizações que formam as coalizões de implementação de políticas de alfabetização na idade certa nos seis países. A imersão, coordenada pelo Instituto Natura, em colaboração com o Centro Lemann e com o apoio da UBS Optimus Foundation, teve atividades nas cidades de Buenos Aires, Entre Ríos e Santa Fé.

Representantes das instituições e das coalizões regionais se concentraram em abrir
diálogos com autoridades governamentais de províncias argentinas; visitar escolas públicas; trocar informações; e fazer o intercâmbio de experiências e boas práticas para a construção e o planejamento de suas estratégias locais de atuação.

“Os países apresentaram sua atuação em relação à alfabetização, contando como
se dão os apoios a entes nacionais e subnacionais e trazendo os destaques do momento e do cenário de cada país”, conta Márcia Ferri, gerente de alfabetização do Instituto Natura. “Também conhecemos o Plano Nacional de Alfabetização da Argentina e a forma como ele foi estruturado”.

O encontro faz parte de uma série de iniciativas que o Instituto Natura e outros
parceiros na região vêm construindo desde 2024 com o objetivo de fortalecer a causa da Alfabetização na Idade Certa nos países em que atua. Esta articulação incluiu uma imersão similar na cidade de Sobral, no Brasil. O município cearense é referência internacional no campo da alfabetização.

Esses esforços para amplificar os debates educacionais sobre a alfabetização na
idade certa são uma jornada contínua que contará com outros momentos para trocas e fortalecimento de instituições, reforçando que alfabetizar é responsabilidade de todos. “Foi muito potente trocar com autoridades governamentais. Também visitamos escolas, mantendo contato direto com as equipes escolares”, relata a coordenadora de alfabetização do Instituto Natura, Haline Floriano.

Na América Latina, 95,5% das crianças estão nas escolas, mas somente 55,7% delas estão alfabetizadas. A região apresenta enorme pobreza de aprendizagem, termo usado pelo Banco Mundial para se referir às crianças que chegam aos 10 anos sem saber ler ou escrever.

Juntos, os seis países em que o Instituto Natura atua somam 70% de crianças na fase da alfabetização em todo território da América Latina, onde milhões de meninas e
meninos chegam ao fim do ensino fundamental sem entender o que lêem. Os números variam de país para país, mas o desafio é partilhado. A alfabetização na idade adequada é a base para que meninas e meninos possam prosseguir o percurso escolar, construindo cidadania e enfrentando cada vez menos desigualdades.