25 de julho: data reforça a urgência por equidade para mulheres negras


No Brasil e na América Latina, mulheres negras enfrentam desigualdades históricas no acesso à saúde e segurança.

O Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho) é mais do que uma data comemorativa: é um marco de resistência, memória e reivindicação por equidade, que evidencia desigualdades históricas enfrentadas por mulheres negras na região. No Brasil e em outros países da América Latina, dados recentes mostram que essas desigualdades se manifestam de forma contundente tanto na saúde quanto na segurança, duas das frentes de atuação do Instituto Natura dentro da causa dos Direitos e Saúde das Mulheres.

O Panorama do Câncer de Mama, que acaba de ser atualizado, revela que, no Brasil, mulheres negras realizam menos mamografias de rastreio do que mulheres brancas e têm maior chance de serem diagnosticadas com câncer de mama em estágios avançados da doença. Segundo o estudo, 44% das mulheres negras que fizeram mamografia de rastreio tiveram diagnóstico tardio; entre as mulheres brancas, essa taxa cai para 36%. O tempo médio entre o diagnóstico e o início do tratamento também é maior entre mulheres negras, o que compromete as chances de cura. A cobertura mamográfica, já abaixo do ideal no país, apresenta desigualdade racial consistente em todas as regiões. 

No campo da segurança e direitos, a violência contra mulheres negras também é alarmante. Dados da pesquisa do Instituto DataSenado realizada com quase 14 mil mulheres negras de 16 anos ou mais apontam que 66% das que sofreram violência doméstica não possuem renda ou têm renda insuficiente. Além disso, 85% dessas mulheres, sem renda para se manter, se veem obrigadas a conviver com o agressor, evidenciando a ligação entre vulnerabilidade econômica e exposição continuada ao abuso.
Outro dado indica que, em 2022, 55% das mulheres brasileiras que sofreram algum tipo de violência notificada ao Sistema Único de Saúde (SUS) eram negras, além de representarem 67% das mulheres assassinadas no país. Esses dados podem ser acessados no Mapa Nacional da Violência de Gênero

Em outros países da América Latina, como Colômbia, México e Peru, organizações como a ONU Mulheres também alertam para a sobreposição de violências vividas por mulheres negras, indígenas e afrodescendentes, que incluem racismo institucional, feminicídio e exclusão dos sistemas formais de justiça e saúde.

Esses dados reforçam o papel transformador das iniciativas voltadas para o combate ao racismo e à violência de gênero, bem como pelo acesso equitativo à saúde, como as lideradas pelo Instituto Natura na causa dos Direitos e Saúde da Mulher no Brasil e em todos os países latino-americanos em que atua. Para saber mais, acesse https://www.institutonatura.org/direitos-e-saude-das-mulheres/

Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, Fim da Violência contra as Mulheres, Saúde das Mamas

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