Encontro é parte de campanha para melhorar os indicadores de fluência leitora no país
De cada três crianças colombianas, duas não conseguem ler um texto simples aos 10 anos. Esse dado do Banco Mundial tem impulsionado a campanha “Colombia se escribe leyendo”, que trabalha para melhorar os indicadores de alfabetização no país e culminou com um evento realizado em novembro, em Calli.
Liderado por Fundação Aprender a Quererte, Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e UNICEF, o encontro reuniu organizações da América Latina para discutir a alfabetização. O Instituto Natura foi convidado pela experiência com políticas e iniciativas de alfabetização no Brasil.
“O lançamento da aliança ‘Colombia se escribe leyendo’ é um marco importante para uma política integral de alfabetização na idade adequada, reunindo atores relevantes do setor”, explica a gerente do Instituto Natura Colômbia, Olga Lucía Sánchez. “Nesse encontro, aprendemos com a experiência da Secretaria de Educação de Sobral, no Brasil, que é necessário desenhar e implementar políticas que envolvam ações relativas a currículo, materiais, formação de professores, avaliação e, claro, o compromisso político para resolver este desafio”.
Para a gerente de políticas de alfabetização do Instituto Natura Brasil, Márcia Ferri, o evento foi uma oportunidade para construir parâmetros e aprendizados. “Conseguimos ver um movimento rico de olhar para a temática da alfabetização, priorizando-a e buscando alternativas para solucionar o problema do analfabetismo na Colômbia”.
A “Alianza por la alfabetización inicial”, coalizão de organizações colombianas que coordena a iniciativa, tem trabalhado em diferentes frentes para melhorar as políticas para alfabetização no país. Entre as bases da campanha estão medidas como formar e identificar especialistas, para garantir que cada região tenha uma rede de professores alfabetizadores e gestores especializados nessa etapa da Educação Básica; apoiar autoridades locais, para estabelecer alianças que impulsionem o processo de mudança; e empoderar famílias, para transformar os lares também em espaços de aprendizado, com o apoio de programas e materiais desenvolvidos especialmente para esse fim.
O grupo ainda atua para criar e compartilhar recursos, garantindo o acesso das pessoas educadoras a ferramentas, materiais e guias adequados; medir os resultados de aprendizado, garantindo que os ajustes sejam feitos quando algo não está funcionando; e construir alianças em escala nacional, unindo forças na sociedade para assegurar a alfabetização de todas as crianças.
Além dessas ações, o encontro buscou levar o tema da alfabetização para a agenda política do país. “Sabemos que para termos as transformações necessárias na sala de aula é fundamental haver apoio técnico pedagógico para o trabalho que ocorre na escola, além de engajamento e liderança política para que a agenda avance e possa mobilizar diferentes atores do sistema educacional”, destaca Márcia Ferri.
O encontro em Calli foi uma reafirmação dos compromissos da Alianza e uma abertura de conhecimento para as boas práticas para a alfabetização na idade adequada.
“Foi interessante observar que o Brasil está bem avançado no que diz respeito à formulação das políticas públicas para a alfabetização. Ainda temos muito o que fazer, mas estamos no caminho certo”, pontua a gerente de políticas de alfabetização do Instituto Natura Brasil.