Seminário Nacional pela Alfabetização convida todos para ação coletiva em prol da Educação


Evento reúne autoridades, gestores e especialistas para discutir indicadores e políticas

Durante os dois dias do Seminário Nacional pela Alfabetização, em Fortaleza, no Ceará, as autoridades nacionais, gestores e especialistas de Educação presentes mobilizaram falas sobre os rumos da alfabetização no Brasil. Com destaque para os chamados para a ação coletiva; para a necessidade dos processos de acompanhamentos dos números e indicadores; e para o papel estratégico das políticas públicas nesse cenário.

O evento, que contou com cerca de 500 participantes presenciais e cerca de 20 mil inscritos online nos dias 6 e 7 de agosto, teve na palestra de abertura a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, que defendeu o regime de colaboração entre União, estados e municípios como pilar essencial para o sucesso do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA).

“Esse seminário é a expressão do nosso desejo de construir uma política pública de Estado, com base na colaboração entre União, estados e municípios. Não aceitaremos retrocessos quando o assunto é alfabetizar nossas crianças”, afirmou. Ele também comemorou a criação da Política Nacional Integrada da Primeira Infância, destacando o papel do MEC na coordenação dessa nova frente.

Ainda no primeiro dia, aconteceu a mesa “Alfabetização e Educação Infantil no CNCA: Aprendizados e Aprimoramentos”, com participação da secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt, e do secretário de Educação do Piauí, Washington Bandeira, sob mediação de Maria Slemenson, superintendente do Instituto Natura.

Maria destacou a alegria em falar sobre a alfabetização, justamente um dia depois que foi instituída a Política Nacional Integrada para a Primeira Infância e convidou todos para a reflexão sobre quais seriam as razões que explicam o sucesso dessa política de alfabetização em andamento no Brasil.

“Um deles é o respeito à força do subnacional. O MEC foi muito sábio desde o princípio em valorizar, reconhecer e fortalecer as políticas que já vinham acontecendo em muitos estados do Brasil. Essa é uma política que é sistêmica, mas que olha para o reconhecimento, para os incentivos, para o engajamento político, para a cooperação entre os entes .E um outro elemento que é a visão de longo prazo, pois sabemos que um desafio desse tamanho não vai ser cumprido em uma gestão de quatro anos”, detalhou.

Já no segundo dia de evento, as discussões foram voltadas à equidade, mobilização social e avaliações. Cid Gomes, senador da República e presidente da Subcomissão Permanente da Alfabetização na Idade Certa, defendeu a alfabetização como prioridade nacional e destacou a educação como vetor de transformação social.

“Acredito que todas as pessoas devem ter a chance de realizar seus sonhos, e isso só é possível por meio da educação. Nosso maior desafio é garantir uma escola pública de qualidade para todos os brasileiros”, pontuou.

Já Veveu Arruda, diretor-presidente da Associação Bem-Comum, uma das idealizadoras do evento, reforçou a relevância do encontro.

“É assim que a gente consegue reverberar a agenda da alfabetização na idade certa, que, apesar dos esforços nos últimos anos, ainda precisa ser uma prioridade na nação brasileira. Mesmo o Brasil sendo o único país do sul global que tem um programa nacional para a superação do analfabetismo, por meio do regime de colaboração da União com estados e municípios, ainda precisamos, juntos, enfrentar esse problema do analfabetismo”.

E Daniela Caldeirinha, vice-presidente de Educação da Fundação Lemann, concorda e diz que o Brasil tem construído, coletivamente, uma trajetória sólida rumo à alfabetização escolar na idade certa. E que é essencial celebrar os avanços já conquistados, mas também é preciso encarar de frente os desafios que ainda persistem.

“O mais importante, porém, é manter viva a capacidade de sonhar e agir juntos para superá-los. Erradicar o analfabetismo escolar no país é um sonho possível e próximo. Atingir esse objetivo será um marco histórico, capaz de transformar milhões de vidas por meio da garantia do direito à alfabetização.

O Seminário Nacional pela Alfabetização foi promovido pela Aliança pela Alfabetização composta pela Associação Bem Comum, Fundação Lemann e Instituto Natura, e Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd), em parceria com o B3 Social e Fundação Vale.

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