Podcast discute estratégias para recomposição de aprendizagem

Estratégia ganhou força no Brasil com lacunas agravadas pela pandemia
O objetivo de garantir que todo estudante tenha um aprendizado de qualidade ganhou um obstáculo de peso nos últimos anos: a pandemia de Covid-19.
O período de escolas fechadas – sem aulas ou com aulas remotas – acentuou lacunas educacionais e deixou ainda mais evidentes os desafios que o Brasil já vinha tentando enfrentar. Ainda que a pandemia tenha contribuído negativamente, o problema da aprendizagem inadequada para a série cursada pelo estudante já é antigo e tinha proporções muito grandes mesmo antes da Covid.
A recomposição de aprendizagem, estratégia para preencher essas lacunas e permitir um desenvolvimento pleno da trajetória escolar, não nasceu com a pandemia, mas ganhou força diante da luz dada a essa questão.
Não há um único jeito de fazer isso; há, no entanto, alguns elementos considerados importantes na recomposição. Por exemplo, o diagnóstico de quantas e quais são as lacunas, a recuperação de conteúdos e processos perdidos e a intervenção propriamente para oferecer suporte aos alunos na jornada de aprendizagem.
Neste episódio, o diretor presidente do Instituto Natura, David Saad, conversa com o Subsecretário Pedagógico da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Daniel Barros, sobre as ferramentas e os caminhos que podem fortalecer a recomposição.
O subsecretário explica que a recomposição está baseada em três frentes, uma curricular, uma de produção de materiais didáticos e uma de avaliação e monitoramento de aprendizagem. “Recomposição de aprendizado precisa dar conta de um aprendizado que não foi feito”, pontua o professor, fazendo a diferenciação entre a recomposição e a revisão, quando um aprendizado já obtido é repassado. “Quanto mais a gente avança nos anos escolares, mais profundas são as lacunas que a gente precisa recompor, especialmente em matemática e em boa medida também em língua portuguesa”.
Para Daniel Barros, é importante haver espaço para as particularidades dos alunos e nem todos aprenderão da mesma forma, mas é igualmente relevante que as políticas educacionais percorrem um nível de aprendizado cada vez melhor. “É improvável zerar o número de alunos que precisam de recomposição, porque sempre haverá heterogeneidade nas classes, mas há um patamar mínimo abaixo do qual não se aceita que os estudantes estejam. E é nesse lugar que a gente pretende chegar”, explica.
O Podcast do Instituto Natura é uma produção do Estúdio Guarda-Chuva para o instituto e tem episódios quinzenais, publicados às segundas-feiras.