Seminário internacional debate desafios de escola para as adolescências


Temas centrais para a agenda dos Anos Finais do Ensino Fundamental foram o foco do “Seminário Internacional dos Anos Finais: construindo uma escola para as adolescências”, realizado em setembro. Entre eles, debates sobre quem são os sujeitos das adolescências, a importância do clima e da convivência nas escolas, o apoio às transições e trajetórias escolares, e os desafios das escolas nessa etapa do ensino. 

O evento foi coordenado por Ministério da Educação (MEC), Undime, Unicef, Itaú Social e Instituto Reúna e contou com a presença de adolescentes, especialistas nacionais e internacionais no tema, além de representantes dos governos federal, estaduais e municipais.

O seminário integra a agenda de encontros do Programa Escola das Adolescências, do MEC. A iniciativa une esforços de União, estados e municípios para enfrentar os desafios da etapa que abrange do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. O objetivo é promover um espaço acolhedor, que respeite e dialogue com as diversidades das adolescências. A política, que estabelece apoio técnico-pedagógico e financeiro do governo federal, quer garantir um aprendizado de qualidade e promover o desenvolvimento integral dos estudantes.

Para a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt, foi importante a escuta dos estudantes no processo de criar as diretrizes do programa: “Quando a gente foi ao encontro dos sujeitos prioritários, os estudantes, escutamos mais sobre as possibilidades do que sobre as ausências. Eles contaram como se sentiam indo para a escola, a importância da relação com os colegas e o papel da escola no bairro”. 

Entre os desafios dos anos finais está garantir a permanência dos alunos na escola. A etapa registra altos índices de repetência, evasão e abandono escolar, de acordo com a pesquisa “A permanência escolar importa: Indicador de Trajetórias Educacionais”, da Fundação Itaú, que também mostrou que só metade dos estudantes nascidos entre 2000 e 2005 conseguiu concluir esse ciclo na idade certa.

A troca de experiências nacionais e internacionais no Seminário foi um dos caminhos para que os participantes conhecessem soluções. Na ocasião, foi lançada a pesquisa “Perspectivas internacionais para o fortalecimento da resiliência e capacidade de resposta dos anos finais do ensino fundamental: diálogos com foco em políticas para o Brasil”, elaborada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e traduzida para o português pela Fundação Itaú.

O estudo define os anos finais do ensino fundamental como um período crucial para os estudantes, “marcado por múltiplas transições em suas vidas educacional, pessoal e social”. Depois de analisar programas focados na educação de adolescentes, inclusive a política brasileira, a pesquisa sugere abordagens multidisciplinares para responder às necessidades dos estudantes adolescentes, que passam a estar imersos em questões pessoais e sociais mais complexas – o que tem impacto direto na escola.

Parte dos achados da pesquisa vai ao encontro dos pilares da educação integral, compromisso apoiado pelo Instituto Natura. Entre elas as que propõem uma escuta ativa e frequente de estudantes e educadores, e as que estimulam a liderança e o protagonismo dos jovens, premissas que já guiam essa proposta pedagógica, focada em garantir um desenvolvimento integral.

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