Estudo em parceria com Instituto Natura também mostra acesso mais amplo ao Ensino Superior
Um estudo dos pesquisadores Naercio Menezes Filho e Luciano Salomão, feito em parceria com o Instituto Natura, mostrou que estudantes de tempo integral tiveram uma participação 16,5% maior no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) do que aqueles que frequentaram o modelo pedagógico regular. As notas também foram mais altas – na redação, a diferença média chega a 29 pontos.
O grupo de estudantes do Ensino Médio Integral teve ainda 5,8% mais matrículas no ensino superior – 7,7% mais se for considerado apenas o ingresso em instituições públicas.
A pesquisa “Efeitos do Ensino Médio em Tempo Integral sobre Indicadores Educacionais dos Alunos” acompanhou durante três anos uma amostra de pouco mais de um milhão de estudantes que, segundo o Censo Escolar, ingressaram no ensino médio em 2017 —14.344 deles entraram no modelo de tempo integral.
Em um recorte racial da amostra, estudantes pretos, pardos e indígenas chegaram a resultados melhores no Enem, em ciências humanas e na redação, na comparação com estudantes brancos.
Outro estudo, “Efeitos do Ensino Médio em Tempo Integral sobre o Emprego Formal, as Matrículas no Ensino Superior e Técnico nos Municípios”, conduzido pelos mesmos pesquisadores, também relacionou o modelo integral ao acesso no mercado de trabalho, fazendo um recorte por municípios. Eles identificaram que 10% de aumento nas matrículas em escolas de Ensino Médio Integral levaram a 3% de aumento nos empregos formais na cidade.
“Esse é mais um dos estudos que comprovam o impacto positivo do integral, não só com indicadores educacionais, mas com indicadores socioeconômicos”, avalia David Saad, diretor-presidente do Instituto Natura para a América Latina.
Entre os impactos positivos do modelo integral apontados em pesquisas, estão uma formação melhor dos estudantes, com a construção também de um projeto de vida; a possibilidade de professor e aluno ampliarem o tempo de dedicação à escola e, assim, qualificarem suas tarefas (no caso dos professores, isso favorece, por exemplo, a formação continuada); e resultados melhores em índices de medição de aprendizado como o Ideb.