Desafio mobilizou alunos a identificarem colegas ausentes e pensarem em soluções junto com as escolas
Os Estudantes Porta-Vozes do Ensino Médio Integral participam de um desafio de busca ativa. A proposta, apresentada em um dos encontros anuais entre os jovens que representam alunos do EMI de diferentes estados, tem o objetivo de unir os estudantes e a gestão escolar para garantir a permanência daqueles que têm se ausentado das aulas.
O desafio consiste em identificar os alunos faltosos e contribuir com soluções que possam engajá-los a continuar estudando. Para isso, estudantes, professores e gestores trabalham juntos no monitoramento de frequência, organizam ações para se conectar com o jovem que está ausente, e sugerem caminhos para que ele volte à escola e possa retomar a assiduidade.
A atuação dos Estudantes Porta-Vozes no desafio é parte das ações de protagonismo que estimulam o desenvolvimento de líderes. Entre as medidas propostas por eles para estabelecer uma reaproximação com os colegas ausentes estão: pedir a um aluno mais próximo do estudante infrequente que mande mensagens perguntando o motivo das faltas; comunicar a gestão quais são as dificuldades do estudante; acolher o colega ausente na volta à escola; e disseminar essas propostas dentro da escola para que elas possam ser replicadas em todas as salas.
O 3º Encontro do Estudantes Porta-Vozes foi o primeiro depois das férias escolares, quando a permanência dos estudantes na escola é um ponto de atenção. Os alunos conheceram na reunião o cartaz de monitoramento de frequência, uma ferramenta para ajudar a identificar ausências constantes ou repetidas, e aprenderam sobre estratégias para tratar do tema.
O encontro marcou também a 3ª edição do Sarau Anual dos Porta-Vozes, no qual os jovens se apresentaram em diferentes formatos artísticos. As performances, em que cada um pode mostrar seu talento, e usar e abusar da criatividade, aprofundam a conexão entre os estudantes e os estimulam a exercitar seu protagonismo.
Jeniffer Emanuele, estudante do Ensino Médio Integral de Goiás, escolheu a poesia como caminho de diálogo. Ela recitou o poema “Todas as cartas de amor são ridículas”, de Álvaro de Campos, um dos heterônimos do escritor português Fernando Pessoa.
Pintura, desenho, dança, música, cordel, HQ e fotografia tiveram espaço no sarau. Geovanni Santana, estudantes de Minas Gerais, escolheu fazer desenhos de figurino, um trabalho ligado a seu posto como diretor do clube de teatro de protagonismo da escola. “Esse ano a gente quis inovar e se aventurar um pouco mais”, contou. “Decidimos fazer os figurinos à mão, em vez de só pegar peças de roupas prontas. Como sou eu que escrevo, dirijo e faço a maioria da parte cênica, eu sonhei com isso e comecei a fazer também as pinturas dos figurinos.” Entre as peças desenhadas por ele, estavam modelitos sociais e casuais, peças simples e extravagantes e trajes de diferentes cores, adequados a cada personagem da peça em que os estudantes têm trabalhado.
Os Estudantes Porta-Vozes ainda terão mais três encontros em 2024. Entre os temas a serem discutidos estão educação antirracista e cidadania digital, tema da próxima reunião, marcada para setembro.
