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Ensino Médio Integral é exemplo para comitiva colombiana

Grupo do país vizinho esteve no Espírito Santo para conhecer escolas que adotam modelo pedagógico

Um grupo com cerca de 20 pessoas, entre gestores das Secretarias de Educação, educadores e integrantes do terceiro setor colombiano esteve no Brasil para conhecer a proposta pedagógica e a macroestratégia do Ensino Médio Integral (EMI). A comitiva esteve no Espírito Santo para conhecer escolas que já adotam o modelo.

“Escolhemos o estado do Espírito Santo pelas boas práticas em gestão e também pelos ótimos resultados educacionais no Ensino Médio Integral”, explica a Gerente de EMI do Instituto Natura, Iara Viana. Além da imersão na rotina escolar, o grupo participou de reuniões para discutir as premissas que estruturam o modelo integral.

Os encontros envolveram o governador capixaba, Renato Casagrande, o secretário estadual de Educação, Vitor de Angelo, e integrantes do ICE, do Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação e do Instituto Natura, que apoia o Ensino Médio Integral em 22 estados brasileiros. Além do Todos pela Educação, para aprofundar as medidas do Educação Já e a distribuição das prioridades de atuação do terceiro setor educacional no Brasil. 

“Receber a delegação colombiana no Todos foi muito gratificante. Em primeiro lugar, por podermos contar como o trabalho de advocacy em coalizão amplifica o impacto das organizações do terceiro setor nas políticas educacionais do Brasil”, disse o Diretor de Políticas Educacionais do Todos pela Educação, Gabriel Corrêa. “Além disso, pelas trocas e discussões que pudemos ter, que sempre trazem muitas reflexões e aprendizados. Esperamos contribuir com os esforços dos nossos vizinhos e seguir articulados promovendo esse intercâmbio de ideias e ações.”

A visita foi um momento de troca de experiências a respeito de um modelo que valoriza o aprendizado para além da sala de aula. Para a professora colombiana Marielsa Ortiz Flores, representante do município de Barranquilla, o foco no protagonismo dos estudantes e o estímulo para a construção de um projeto de vida. “O aluno não apenas consegue entender qual profissão gostaria de ser no futuro, mas também descobre sobre si mesmo, seus sonhos, aspirações, metas, e consegue traçar seus objetivos”.

Para a gerente do Instituto Natura para os países da América Hispânica, Karina Stocovaz, foram momentos de aprendizado e inspiração. “Sabemos que o Brasil e todos os países da América Latina precisam evoluir e melhorar, mas por que não aprender dos casos que fazem a diferença?”, pontuou.

A visita da comitiva colombiana reforça o reconhecimento do trabalho do Instituto Natura como parceiro do poder público no apoio técnico ao Ensino Médio Integral. E celebra os esforços dos governos estaduais e federal em tirar do papel e fazer avançar a política pública que tem apontado resultados transformadores na vida de jovens.

Hoje, o Ensino Médio Integral alcança 33% das escolas dessa etapa da Educação Básica e representa 18% das matrículas no Brasil. Estudos mostram que os estudantes deste modelo têm mais chances de acessar boas oportunidades na universidade e no mercado de trabalho e também impacta na redução dos homicídios dos jovens. 

“É muito interessante pensar como países de uma mesma região podem pensar em políticas públicas de qualidade, focadas nos estudantes, dados que temos desafios muito parecidos”, avalia o Coordenador de Ensino Médio Integral do Instituto Natura, Yuri Oliveira.

Para ele, o modelo, implantado no Brasil desde 2004, foi uma inovação que pode ser levada para outros países da América Latina, possivelmente almejando um compromisso regional em torno da proposta pedagógica. “Muito gratificante levar os ensinamentos da rede para outros países”, conta. “Isso traz uma fortaleza grande e pode significar um primeiro passo para um compromisso da Colômbia com esta política pública, apesar do desafio de Ensino Médio não ser obrigatório”.

A Colômbia trabalha para ampliar a frequência de estudantes no Ensino Médio, uma etapa não obrigatória na educação básica do país – uma lei em debate neste momento tenta garantir a obrigatoriedade no futuro. 

Yuri Oliveira aponta que a visita da comitiva abriu espaço para que se visse a união de forças para fazer a proposta acontecer – o que pode ser exemplo para outros países, mas também para outras iniciativas brasileiras. “Foi muito potente ver na prática, observando como escola, secretários e governador trabalham juntos, como houve uma grande coesão para transformar a educação, para transformar a vida dos jovens e das famílias deles”, celebra.

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